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Essa é uma imagem do livro "A teus pés" de autoria de Ana Cristina César.Esse livro é considerado uma das maiores obras dessa grande escritora.Esse livro,como muitos outros,contém os principais poemas de Ana Cristina César sobre a ditadura.
Esse livro possui um grande valor pois é um reconhecimento dos poemas dessa grande escritora.
Espero que tenham gostado dessa minha postagem,e claro não teve apenas esse livro de poemas sobre a ditadura mas também vários outros.;*

Postado por:Tatianne Matos 9º ano F nº 43

Sonho Rápido de Abril

As ambulâncias se calaram
as crianças suspenderam a voracidade batuta
dois versos deliraram por detrás dos túneis
moleza nos joelhos
mão de ferro nos peitinhos
tristeza suarenta, locomotiva, fútil
patinho feio
soldadinho de chumbo
manto de jacó, escada de jacó
sete anos de pastor
estrela demente desfilando na janela
de repente as ambulâncias estancaram o choro
voraz dos bebês.

Esse poema Ana Cristina retrara muito bem a triste realidade da ditadura militar
,onde ela fala do choro de crianças,do cansaço das pessoas inocentes que tinham que correr muito ,da tristeza por aquilo que as pessoas estavam passando e do barulho constante das ambulâncias para resgatar pessoas atingidas durante todo o conflito.
Ele me chocou bastante ,pois através dele pude perceber a triste realidade da ditadura militar,também me impressionei muito pela forma simples que a Ana expressou toda a agonia em apenas 13 versos!Espero que vocês gostem ! ;*

Postado Por : Andressa Raissa 9º ano F

Ana Cristina César pertence à geração dita marginal da poesia, Ana Cristina César é a que possui uma escrita mais pessoal, isto é, menos influenciada por obras, vanguardas ou movimentos anteriores. Seus poemas, quase sempre na primeira pessoa do singular, estabelecem um tipo de discurso de si, um diálogo com a própria experiência do mundo.
Como exemplo cito o poema ”olho muito tempo o corpo de um poema” que foi incluído no livro "Os cem melhores poemas brasileiros do século",Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2001.

Postado por : Geovanna Karla 9°ano F


O poema Mocidade Independente foi retirado do livro acima A teus pés escrito pela Ana Cristina.
Esse poema me chamou muito a atenção pois me recorda o tempo da ditadura onde ela fala das ruas de São Paulo e também fala de voar ou seja,liberdade,fala também de infringir regras,o que me apercebe de um enfrentamento ao governo ditatorial,e é isso.Caso esteja errada podem me corrigir nos comentários,espero que gostem!


MOCIDADE INDEPENDENTE
Pela primeira vez infringi a regra de ouro e voei pra
cima sem medir mais as conseqüências. Por que
recusamos ser proféticas? E que dialeto é esse para
a pequena audiência de serão? Voei pra cima: é
agora, coração, no carro em fogo pelos ares, sem
uma graça atravessando o Estado de São Paulo, de
madrugada, por você, e furiosa: é agora, nesta
contramão.

Postado por : Geovanna Karla 9ºano F

Bela como poucas, Ana Cristina foi a musa absoluta da poesia marginal.
Acredito qe este seja um poema na crítica da ditadura,afinal ela fala de liberdade,acabar com a censura,ela faz um chamamento para a luta,coisas da época ,caso esteja errado ,podem corrigir nos comentários.



Deus na Antecâmara - Ana Cristina Cesar

Mereço (merecemos, meretrizes)
perdão (perdoai-nos, patres conscripti)
socorro (correi, valei-nos, santos perdidos)

Eu quero me livrar desta poesia infecta
beijar mãos sem elos sem tinturas
consciências soltas pelos ventos
desatando o culto das antecedências
sem medo de dedos de dados de dúvidas
em prontidão sangüinária

(sangue e amor se aconchegando
hora atrás de hora)

Eu quero pensar ao apalpar
eu quero dizer ao conviver
eu quero partir ao repartir

filho
pai
e
fogo
DE-LI-BE-RA-DA-MEN-TE
abertos ao tudo inteiro
maiores que o todo nosso
em nós (com a gente) se dando

HOMEM: ACORDA!

Postado por : Andressa Raissa 9ºano F
(Ana Cristina Cesar)


Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.

Postado por: Ana Luísa 9º ano F

FAMA E FORTUNA

Assinei meu nome tantas vezes
e agora viro manchete de jornal.
Corpo dói - linha nevrálgica via
coração. Os vizinhos abaixo
imploram minha expulsão imediata.
Não ouviram o frenesi pianíssimo da chuva
nem a primeira história mesmo de terror:
no Madame Tussaud o assassino esculpia
as vítimas em cera. Virou manchete.
Eu guio um carro. Olho a baía ao longe,
na bruma de neon, e penso em Haia,
Hamburgo, Dover, âncoras levantadas
em Lisboa. Não cheguei ao mundo novo.
Nada é nacional. Desço no meu salto,
dói a culpa intrusa: ter roubado
teu direito de sofrer. Roubei tua
surdina, me joguei ao mar,
estou fazendo água. Dá o bote.

Postado por:Tatianne Matos 9º ano F nº 43

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