Sonho Rápido de Abril

As ambulâncias se calaram
as crianças suspenderam a voracidade batuta
dois versos deliraram por detrás dos túneis
moleza nos joelhos
mão de ferro nos peitinhos
tristeza suarenta, locomotiva, fútil
patinho feio
soldadinho de chumbo
manto de jacó, escada de jacó
sete anos de pastor
estrela demente desfilando na janela
de repente as ambulâncias estancaram o choro
voraz dos bebês.

Esse poema Ana Cristina retrara muito bem a triste realidade da ditadura militar
,onde ela fala do choro de crianças,do cansaço das pessoas inocentes que tinham que correr muito ,da tristeza por aquilo que as pessoas estavam passando e do barulho constante das ambulâncias para resgatar pessoas atingidas durante todo o conflito.
Ele me chocou bastante ,pois através dele pude perceber a triste realidade da ditadura militar,também me impressionei muito pela forma simples que a Ana expressou toda a agonia em apenas 13 versos!Espero que vocês gostem ! ;*

Postado Por : Andressa Raissa 9º ano F

Ana Cristina César pertence à geração dita marginal da poesia, Ana Cristina César é a que possui uma escrita mais pessoal, isto é, menos influenciada por obras, vanguardas ou movimentos anteriores. Seus poemas, quase sempre na primeira pessoa do singular, estabelecem um tipo de discurso de si, um diálogo com a própria experiência do mundo.
Como exemplo cito o poema ”olho muito tempo o corpo de um poema” que foi incluído no livro "Os cem melhores poemas brasileiros do século",Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2001.

Postado por : Geovanna Karla 9°ano F


O poema Mocidade Independente foi retirado do livro acima A teus pés escrito pela Ana Cristina.
Esse poema me chamou muito a atenção pois me recorda o tempo da ditadura onde ela fala das ruas de São Paulo e também fala de voar ou seja,liberdade,fala também de infringir regras,o que me apercebe de um enfrentamento ao governo ditatorial,e é isso.Caso esteja errada podem me corrigir nos comentários,espero que gostem!


MOCIDADE INDEPENDENTE
Pela primeira vez infringi a regra de ouro e voei pra
cima sem medir mais as conseqüências. Por que
recusamos ser proféticas? E que dialeto é esse para
a pequena audiência de serão? Voei pra cima: é
agora, coração, no carro em fogo pelos ares, sem
uma graça atravessando o Estado de São Paulo, de
madrugada, por você, e furiosa: é agora, nesta
contramão.

Postado por : Geovanna Karla 9ºano F

About