Bela como poucas, Ana Cristina foi a musa absoluta da poesia marginal.
Acredito qe este seja um poema na crítica da ditadura,afinal ela fala de liberdade,acabar com a censura,ela faz um chamamento para a luta,coisas da época ,caso esteja errado ,podem corrigir nos comentários.



Deus na Antecâmara - Ana Cristina Cesar

Mereço (merecemos, meretrizes)
perdão (perdoai-nos, patres conscripti)
socorro (correi, valei-nos, santos perdidos)

Eu quero me livrar desta poesia infecta
beijar mãos sem elos sem tinturas
consciências soltas pelos ventos
desatando o culto das antecedências
sem medo de dedos de dados de dúvidas
em prontidão sangüinária

(sangue e amor se aconchegando
hora atrás de hora)

Eu quero pensar ao apalpar
eu quero dizer ao conviver
eu quero partir ao repartir

filho
pai
e
fogo
DE-LI-BE-RA-DA-MEN-TE
abertos ao tudo inteiro
maiores que o todo nosso
em nós (com a gente) se dando

HOMEM: ACORDA!

Postado por : Andressa Raissa 9ºano F
(Ana Cristina Cesar)


Tu queres sono: despe-te dos ruídos, e
dos restos do dia, tira da tua boca
o punhal e o trânsito, sombras de
teus gritos, e roupas, choros, cordas e
também as faces que assomam sobre a
tua sonora forma de dar, e os outros corpos
que se deitam e se pisam, e as moscas
que sobrevoam o cadáver do teu pai, e a dor (não ouças)
que se prepara para carpir tua vigília, e os cantos que
esqueceram teus braços e tantos movimentos
que perdem teus silêncios, o os ventos altos
que não dormem, que te olham da janela
e em tua porta penetram como loucos
pois nada te abandona nem tu ao sono.

Postado por: Ana Luísa 9º ano F

FAMA E FORTUNA

Assinei meu nome tantas vezes
e agora viro manchete de jornal.
Corpo dói - linha nevrálgica via
coração. Os vizinhos abaixo
imploram minha expulsão imediata.
Não ouviram o frenesi pianíssimo da chuva
nem a primeira história mesmo de terror:
no Madame Tussaud o assassino esculpia
as vítimas em cera. Virou manchete.
Eu guio um carro. Olho a baía ao longe,
na bruma de neon, e penso em Haia,
Hamburgo, Dover, âncoras levantadas
em Lisboa. Não cheguei ao mundo novo.
Nada é nacional. Desço no meu salto,
dói a culpa intrusa: ter roubado
teu direito de sofrer. Roubei tua
surdina, me joguei ao mar,
estou fazendo água. Dá o bote.

Postado por:Tatianne Matos 9º ano F nº 43
Ana Cristina Cruz Cesar nasceu no Rio de Janeiro em 2 de junho de 1952 ou ainda simplesmente Ana C.. (assim também era conhecida) é filha de Waldo Aranha Lenz e Maria Luisa Cesar. Criou-se em Niterói, Copacabana e os jardins do velho Bennet, È`uma das principais poetas da geração mimeógrafo ou da chamada literatura marginal dos anos 1970.

Ela começou a escrever ainda criança antes mesmo de ser alfabetizada , aso 4 anos ditava poemas para que a sua mãe os escrevesse. A escrita sempre lhe dominou a vida. Em 1969 viaja em intercambia para a Inglaterra e passa um período em Londres onde ela tem um contato com a literatura em língua inglesa. Trazendo na mala escritoras como Emily Dickinson(Estados Unidos),Sylvia Plath(Estados Unidos) e Katherine Mansfield (Nova Zelandia) ela começa a se dedicar a escrita e a tradução e entra para a Faculdade da PUC do Rio aos 19 anos.

Então começa a publicar poemas e textos de prosa poética na década de 1970 em coletaneas, revistas e jornais alternativos. Seus primeiros livros ,Cenas de Abril e Correspondencia Completa, são lançados em edições independentes. Ela fez um mesmtrado em comunicação na UFRJ , passou uam outra temporada na Inglaterra para um mestrado em tradução literária e depois volta ao Rio onde publicou Luvas de Pelica escrito na Inglaterra.

De todos os poetas pertencentes á geração Literatura Marginal ela é a que possui uma escrita mais pessoal ou seja, menos influenciada por outras obras. Seus poemas geralmente em primeira pessoa do singular estabelece um diálogo com a própria esperiencia do mundo.Sua poética é uma navegação de uam imensa variedae de objetos do mundo que podem ser ela própria,livros ,lugares ,cartas.uma dorindefinida,etc.O que discursa em Ana Cristina Cesar es~´a longe de se rum ego , é um eu fragmentado, incompleto, característico e quase que anunciador de uma das mais fortes vertentes da contemporaneidade.

Geralmente em suas obras (assim pode-se dizer) ela mantém uma fina linha entre o ficcional e o auto-biográfico.Ela suicidou-se aos 31 anos atirando-se do apartamento de seus pais.

Poatado por:Tatianne Matos 9º ano F nº 43

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