FAMA E FORTUNA

Assinei meu nome tantas vezes
e agora viro manchete de jornal.
Corpo dói - linha nevrálgica via
coração. Os vizinhos abaixo
imploram minha expulsão imediata.
Não ouviram o frenesi pianíssimo da chuva
nem a primeira história mesmo de terror:
no Madame Tussaud o assassino esculpia
as vítimas em cera. Virou manchete.
Eu guio um carro. Olho a baía ao longe,
na bruma de neon, e penso em Haia,
Hamburgo, Dover, âncoras levantadas
em Lisboa. Não cheguei ao mundo novo.
Nada é nacional. Desço no meu salto,
dói a culpa intrusa: ter roubado
teu direito de sofrer. Roubei tua
surdina, me joguei ao mar,
estou fazendo água. Dá o bote.

Postado por:Tatianne Matos 9º ano F nº 43

3 comentários:

Unknown disse...

Esse poema tem um referência direta para quem conviveu com Ana ,pareceu para mim um tipo de mesnsagem subliminar onde ela faz menção ao suicído.Em suas obras,ela mantém uma fina linha entre o ficcional e o autobiográfico.

Mosquinhas ! disse...

Acho que esse poema se refere a uma experiencia propria dela mais precisamente se referindo a cescura que o movimento de literatura marginal sofreu.Bem , foi o que eu entendi desse poema.
Comentado por: Tatianne Matos 9 ano F número 43

Geovanna Karla ;n° 13 ;9° ano F disse...

Para mim esse poema fala do suicídio dela,da censura que ela viveu,alguma coisa desse tipo pois esse poema está como se tivesse uma mensagem escondida!

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